Impacto dos inibidores de MET no câncer de pulmão: mais uma história de sucesso a caminho
Mutações no exon 14 do MET (METex14 – Mesenchymal-epithelial transition) passaram a identificar mais um subtipo molecular de câncer de pulmão de não-pequenas células, correspondendo a cerca de 3% dos casos. Várias terapias anti-MET encontram-se em desenvolvimento, porém os benefícios em sobrevida global ainda são incertos. Isto ocorre pela possibilidade de cross-over dos estudos e pelo uso subsequente de terapias, motivos que também interferiram nos resultados de sobrevida dos estudos de terapias alvos anti-EGFR e anti-ALK.
Com o objetivo de avaliar o ganho em sobrevida com o uso de inibidores de MET, um grupo de pesquisadores internacionais avaliou os dados de pacientes de 12 instituições americanas que receberam alguma terapia anti-MET em estudo clínico ou uso off-label. Os pacientes foram expostos a crizotinibe, glesatinibe, ou capmatinibe.
Esta análise retrospectiva mostrou que pacientes com METexon14 que não receberam terapia alvo tiveram sobrevida mediana de 8,1 meses. Além disto, o grupo que apresentava co-ocorrência de amplificação do MET apresentou pior prognóstico, com sobrevida mediana de 5,2 meses. Por outro lado, o grupo de pacientes que recebeu terapia alvo anti-MET apresentou sobrevida global mediana de 24,6 meses.
Devido ao pior prognóstico em pacientes com mutação do MET que não receberam terapia alvo, o teste para estas mutações através de exames de NGS deve realizado. Os inibidores de tirosina quinase do MET crizotinibe, capmatinibe e tepotinibe já estão aprovados para uso pelo FDA.
O Dr. Daniel Costa, oncologista, Associate Professor da Harvard Medical School, Thoracic Oncology Group Leader do Beth Israel Deaconess Medical Center . É um dos autores do estudo. Ele estará presente no 9º Simpósio Internacional de Câncer de Pulmão Edição Virtual, nos dias 5-6 de março, para discutir as novidades no manejo do câncer de pulmão. Participe! Inscrições gratuitas no site
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