Implicações da carga de mutação tumoral na indicação de imunoterapia

A carga de mutação tumoral (em inglês tumor mutational burden – TMB) foi reconhecida como fator preditivido de resposta a imunoterapia, sendo mais um biomarcador para tratamento tumor-agnóstico. 

O estudo KEYNOTE-158 avaliou a eficácia do anticorpo anti-PD-1 pembrolizumabe no tratamento de pacientes adultos e pediátricos com qualquer tipo de câncer em diversos coortes. Uma das coortes é a de pacientes que apresentavam TMB ≥ 10 mutações/megabyte (classificado como alta carga de mutação tumoral ou TMB-high), utilizando o teste Foundation One CDX.

Desenho do estudo 

– Estudo prospectivo de fase II

– N= 102, com diversos tipos de tumores representados, com TMB-high.

– Após progressão de doença com terapia padrão, os pacientes receberam tratamento com pembrolizumabe 200mg IV a cada 3 semanas por até 35 ciclos ( 2 anos)

– Objetivo primário: taxa de resposta foi de 29%. A duração mediana de resposta não foi atingida;  57% dos pacientes que obtiveram resposta ao tratamento mantiveram o benefício por ≥ 12 meses, e 50% por ≥ 24 meses. 

O que muda na prática?

Com base nos dados do estudo KEYNOTE-158, o FDA aprovou, em junho de 2020, o uso do pembrolizumabe no tratamento de pacientes adultos e pediátricos portadores de tumores com alta carga de mutação tumoral (TMB ≥ 10 mutações/megabyte, avaliado pelo Foundation One CDX), após progressão com terapia padrão. Estes resultados reforçam a importância do teste de perfil genômico na doença metastática. 

Veja mais sobre a importância dos testes moleculares no webinar Molecular Tumor Board, disponível na área de Vídeos. 

Referência
Marabelle A, Fakih M, Lopez J etl al. Association of tumour mutational burden with outcomes in patients with advanced solid tumours treated with pembrolizumab: prospective biomarker analysis of the multicohort, open-label, phase 2 KEYNOTE-158 study.  Lancet Oncol. 2020 Oct;21(10):1353-1365.